DOP - Dissertações de Mestrado / Master Thesis
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Dissertação de Mestrado. Nível intermédio de uma dissertação (4 ou 5 anos de estudo). Contempla também dissertações do período pré-Bolonha para graus académicos que agora são reconhecidos como grau de mestre.
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- Alterações da comunidade de peixes da zona arenosa da Baía de Porto Pim (Faial, Açores)Publication . Paulino, Bárbara Quaresma; Santos, Ricardo SerrãoDe forma a estudar as possíveis alterações da comunidade de peixes da Baía de Porto Pim (Faial, Açores) em termos de composição e riqueza específicas e abundância, foram analisados dados recolhidos em três períodos de amostragem com rede de arrasto de praia. No primeiro período realizaram-se 11 meses de amostragem entre os meses de Junho de 1989 e Junho de 1990, no segundo, foram realizados 18 meses de amostragem entre Agosto de 1997 e Setembro de 1999, e no terceiro período foram realizados 12 meses de amostragem de Julho de 2011 e Junho de 2012. No terceiro período, foram analisadas as variações diárias e sazonais, tendo sido detectado uma preferência da comunidade por períodos nocturos e de baixa-mar, e fortes variações sazonais com valores elevados de abundância no Verão e mais baixos no Inverno. A análise dos três períodos permitiu determinar a existência de diferenças entre eles e relaciona-las com a variação da composição específica nos diferentes anos. A presença de uma grande densidade de juvenis de várias espécies ao longo de todo o ano, em todos os períodos reforça a ideia de que a Baía de Porto Pim se trata de uma importante zona de maternidade.
- Analysis of sperm whale (Physeter macrocephalus) vocalisaPublication . Kather, Sarah; Martins, Ana Maria de Pinho Ferreira da Silva Fernandes; Silva, Mónica Cordeiro de Almeida; Oliveira, Cláudia Inês Botelho deOs cachalotes são cetáceos cosmopolitas, demonstrando possuir uma estrutura social altamente complexa e vocalizações sofisticadas. Essas vocalizações, compostas quase inteiramente de sons de cliques, não são usadas apenas para alimantação em grandes profundidades, mas também para executar todas as outras funções da sua vida. As codas foram denominadas as séries curtas de 3 a 40 cliques, relacionadas a comunicação intraespecífica, manutenção de vínculos sociais e reconhecimento entre grupos. Cada cachalote usa diferentes tipos de codas, representando o seu repertório de codas, enquanto muitos tipos de codas e repertórios completos de codas são compartilhados entre diferentes indivíduos e grupos. Estudos de longa duração incorporando bacias oceânicas inteiras encontraram diferenças e semelhanças entre repertórios de codas e definiram clãs vocais, que são, pelo menos em algumas regiões, simpátricos. Nos Açores, os cachalotes são encontrados durante todo o ano, no entanto, poucos estudos foram dedicados aos repertórios de codas e clãs vocais simpátricos ainda não tinham sido detectados. Esta tese analisou os repertórios vocais de cinco cachalotes marcados com DTAGs durante o verão de 2020. Através do método IDCALL as codas foram classificadas e hierarquicamente agrupadas em clados e possíveis clãs vocais. O conjunto de dados foi alargado, incorporando codas dos Açores previamente analisadas, registadas entre 1988 e 2010, e adicionalmente comparados com outras regiões do Atlântico. Além disso, as DTAGs permitiram relacionar a produção de codas ao comportamento e movimento dos indivíduos. Os tipos de codas emitidos pelos cinco indivíduos marcados em 2020 foram investigados na tentativa de detetar relações com a fase de mergulho, atividade, profundidade e hora do dia. Dois indivíduos marcados em 2020 demonstraram um repertório de codas muito distinto ao que previamente havia sido registado nos Açores. As suas diferenças relativas aos restantes repertórios gravados nos Açores, que são caracterizados por codas regularmente espaçadas, sugerem a existência de dois clãs vocais simpátricos, que não foram descritos até agora. Os repertórios de codas demonstraram independência do ano de gravação, reforçando a estabilidade dos repertórios de codas nos Açores ao longo do tempo. Além disso, a maioria dos repertórios exibiu semelhanças com o clã EC2 das Caraíbas. Embora a análise contextual não tenha mostrado relações claras dos tipos de coda com os comportamentos, reforçou as diferenças individuais que haviam sido observadas anteriormente no uso do tipo de coda, além de ter indicado um aumento da frequência e diversidade de codas durante fases à superfície, atividades não relacionadas com alimentação, e durante o dia. Análises futuras e persistentes e o aumento do conjunto de dados serão necessários para confirmar a existência de clãs vocais e relações contextuais de produção de codas.
- Assessing potential impacts of deep-sea mining on dispersal and population connectivity of the vent mussel Bathymodiolus azoricusPublication . Silva, Mónica Alexandra Andrade; Ribeiro, Pedro Miguel de AzevedoOs campos hidrotermais são caracterizados por serem ambientes únicos, por terem características físico-químicas extremas, assim como composições únicas de espécies biológicas. Bathymodiolus azoricus é um bivalve de mar profundo predominante dos campos hidrotermais ao longo da Crista Médio-Atlântica (CMA). Ainda muito pouco é conhecido sobre a estrutura genética tanto como a existência de conectividade desta espécie. Desse modo, o objetivo deste estudo foi identificar escalas e padrões espaciais sobre conectividade entre populações, a fim de prever a suscetibilidade de esta e de outras espécies, uma vez que a área em estudo poderá ser afetada pela mineração. Uma análise à genómica populacional das amostras, que foram recolhidas em três diferentes locais (Menez Gwen, Lucky Strike, Rainbow) e foram sujeitas a genotipagem “RAD sequencing” e Polimorfismo de um Único Nucleotídeo (SNPs), destacaram dois aspetos importantes: (1) Quando todos os SNPs foram analisados, nenhuma estrutura genética foi revelada, sugerindo assim que a maioria dos marcadores não contribuem para qualquer estrutura entre amostras populacionais ou simplesmente não são significativas; (2) Quando analisados apenas os conjuntos discriminantes dos marcadores de SNPs, um padrão de estrutura genética foi claramente revelado, correspondendo assim às expectativas de distribuição espacial das amostras. Este estudo proporciona uma contribuição inovadora para a compreensão da estrutura genética nas populações hidrotermais do CMA, fornecendo assim, pela primeira vez, evidências de uma estrutura genética relativa à fauna existente nos campos hidrotermais na zona norte da CMA. Estas observações não são incompatíveis com a conectividade genética pronunciada, e alguns cuidados devem ser tomados em conta quando se sugerem conclusões. Uma possível explicação para este padrão inclui troca larvar insuficiente entre campos hidrotermais, mas também uma adaptação local. Ambos os casos irão, sem dúvida, afetar a conectividade, e assim, ter consequências na recolonização após a mineração. A recolonização em locais de possível impacto por dispersão larval a partir de fontes remotas pode ser possível. A maioria dessas larvas seriam, no entanto, localmente não adaptáveis, o que pode restringir a resposta à seleção, expansão populacional e taxas de recolonização. Mais estudos com um maior número de taxas representativas são necessários, de modo a obter uma perspetiva mais clara da conectividade populacional nos campos hidrotermais. Além disso, existe uma lacuna considerável de conhecimento sobre os mecanismos que influenciam os padrões de conectividade, dificultando o estabelecimento de conclusões. Finalmente, estudos de genética populacional deverão ser acoplados a modelos de dispersão larval, a fim de identificar possíveis barreiras à dispersão.
- Biologia (idade e crescimento), reprodução e caracterização da pesca do peixe-espada branco, Lepidopus caudatus (Euphrasen, 1788) no arquipélago dos AçoresPublication . Figueiredo, Cátia Daniela Teixeira; Pereira, João Alberto GilOs aspectos da pescaria do peixe-espada branco, Lepidopus caudatus (Euphrasen, 1788), nos Açores foram descritos e analisados para duas artes de pesca que o capturam: o palangre e a linha de mão. Verificou-se uma tendência crescente na captura desta espécie durante a década de noventa com um posterior decréscimo até à actualidade. O estudo da idade e crescimento do peixe-espada branco, decorreu a partir de amostras obtidas da pesca comercial nas ilhas de São Miguel e Faial no período de 2005 a 2010. As idades foram determinadas usando os otólitos sagitta de 986 exemplares. A análise do tipo de bordo dos otólitos mostrou que, a cada ano ocorre a formação de uma zona translúcida e uma zona opaca. As fêmeas atingem tamanhos e idades superiores (189cm, 8 anos; n=813) do que os machos (143cm, 5 anos, n=137). Os parâmetros da equação de Von Bertalanffy que representaram o crescimento em comprimento furcal das fêmeas foram: L∞=200cm, K=0,123 e t0= -2 anos; nos machos: L∞=147cm, K= 0.176 e to = -2 anos e com os sexos agrupados: L∞= 199cm, K= 0,123 e to = -2 anos. A longevidade atribuída foi de 8 anos nas fêmeas e 5 anos nos machos. Foram analisadas 1170 gónadas, das quais identificaram-se 984 fêmeas, 170 machos e 16 indeterminados. A frequência relativa dos estados de maturação para ambos os sexos e a variação sazonal dos valores médios do Índice gonadossomático (IGS) para os sexos em separado mostrou que a desova ocorre entre Outubro e Março. Esta espécie possui uma desova parcelada com uma elevada diferença na proporção sexual, sendo que as fêmeas apresentam idades e tamanhos superiores, apresentando um comprimento médio de primeira maturação de 85 cm o que corresponde a uma idade de 2 anos.
- Biologia e abundância do camarão Plesionika edwardsii (Brandt, 1851) nos AçoresPublication . Melo, Octávio Emanuel Barros Moura; Pinho, Mário Rui RilhóNo presente estudo analisaram-se os dados do camarão Plesionika edwardsii, obtidos nos cruzeiros de investigação dirigidos a crustáceos nos Açores, no âmbito dos projectos “Crustaço” (entre 1999 e 2000), “Pescprof-1” (2004) e “Pescprof-3” (2006), assim como nalguns lances de pesca experimental dirigidos ao camarão P. edwardsii, efectuados pela frota comercial (2006 e 2007). Os resultados mostram que o camarão P. edwardsii, nos Açores, se distribui entre os 50 e os 650 m de profundidade, tendo-se obtido os maiores rendimentos entre os estratos dos 200 e dos 400 m de profundidade. Analisando as capturas por tipo de armação dos covos (alvorado/fundo), verifica-se que os covos alvorados apresentam rendimentos médios maiores, do que os obtidos nos covos de fundo. As capturas de P. edwardsii por covo variam consideravelmente entre diferentes locais na mesma área. Este padrão geral sugere uma distribuição heterogénea da população por agregações e “manchas”, que estará possivelmente, relacionada com o tipo de substrato, hidrodinâmica dos locais prospectados, a dinâmica topográfica do fundo e a abundância das presas preferenciais. Os resultados obtidos, sugerem que o camarão P. edwardsii realiza migrações verticais sazonais, concentrando-se em zonas de águas mais profundas no Outono e Inverno e em zonas de águas menos profundas na Primavera e Verão. O padrão geral de distribuição em profundidade, observado durante o projecto “Crustaço”, mantém-se quando se utiliza uma tecnologia de pesca mais dirigida e selectiva, no entanto alteram-se de forma significativa os valores da abundância. Em contraste com os rendimentos médios obtidos no âmbito do projecto “Crustaço” no estrato dos 300 m (64,9 g/covo/lance), obteve-se no âmbito do projecto “Pescprof”, para o mesmo estrato (estrato de maior abundância), rendimentos médios de 345,3 g/covo/lance. Durante o projecto “Crustaço” foram capturadas como espécies acessórias, no intervalo de distribuição do P. edwardsii, 22 espécies de crustáceos, 2 espécies de moluscos e 11 espécies de peixes teleósteos, observando-se diferenças na sua abundância relativa por tipo de covo e por estrato de profundidade. Analisando os dados destaca-se o facto de haver uma sobreposição total de habitat em termos de batimetria entre o camarão P. edwardsii, a sapateira-denteada (Cancer bellianus) e o congro (Conger conger), sendo que a sapateira-denteada (Cancer bellianus) foi mesmo a espécie que apresentou os maiores rendimentos nos covos de fundo. Os resultados do projecto “Pescprof” mostram uma redução importante das espécies acessórias, sobretudo das espécies bentónicas, associada à tecnologia de pesca. Nos covos de camarão utilizados no projecto “Pescprof”, destacam-se as seguintes espécies acessórias: Plesionika narval, Heterocarpus ensifer e Conger conger. O comprimento do cefalotórax (CC) do camarão P. edwardsii varia entre os 8,3 mm de tamanho mínimo e os 31,3 mm de tamanho máximo, situando-se o comprimento médio nos 22,7 mm. O comprimento médio das fêmeas é significativamente maior que o dos machos, e o comprimento médio das fêmeas ovadas é significativamente maior que o das fêmeas não-ovadas. Os coeficientes alométricos das relações peso - comprimento calculadas para machos e fêmeas apresentam valores inferiores a 3, indicando a existência de uma alometria negativa. Os resultados obtidos através da análise do teste estatístico “likelihood ratio test” sugerem que existem diferenças significativas (P=0,000) entre os parâmetros de todas as relações peso-comprimento, calculadas para machos e fêmeas na condição ovada, não ovada e total. A proporção de sexos observada é significativamente diferente de 1:1, sendo as fêmeas mais abundantes do que os machos. Os resultados da proporção de sexos por classe de comprimento, mostram que as fêmeas dominam completamente nas classes de comprimento menores e nas maiores, enquanto os machos predominam nas classes intermédias. Ao analisar-se os resultados da proporção de sexos por profundidade, verifica-se que as fêmeas predominam nos estratos de menor e nos de maior profundidade. Nos estratos intermédios verifica-se um ligeiro predomínio dos machos. Os resultados indiciam que existe uma segregação por comprimentos para ambos os sexos, por profundidade até aos 400 m e por estação do ano no caso das fêmeas. As fêmeas ovadas de P. edwardsii foram observadas ao longo da maior parte do ano, com um pico de actividade desovante durante a Primavera e o Verão. O comprimento de primeira maturação estimado a partir do modelo de Gompertz (correspondente a 50% de fêmeas ovadas) foi de 21,99 mm (CC). Em relação ao crescimento, a análise da progressão modal, mostra diferentes valores para CC∞ (27,20 e 26,51 mm) e para a taxa de crescimento “k” (0,85 e 0,59 ano-1), respectivamente para fêmeas e machos. Considerando os valores do índice de desempenho de crescimento (Ф’), as fêmeas parecem ter taxas de crescimento mais rápidas do que os machos.
- Biology, ecology and conservation of mobulid rays in the AzoresPublication . Sobral, Ana Filipa Lourenço; Afonso, PedroOs Mobulídeos são elasmobrânquios altamente migradores, alguns dos quais aparentemente agregam em locais e épocas específicos. Devido às suas estratégias de vida conservadoras, têm uma baixa capacidade intrínseca de suportar e recuperar das actuais ameaças a nível global, incluindo pescarias direccionadas, captura acidental, destruição de habitat, poluição e turismo não regulamentado. Contudo, apesar de, hoje em dia, serem espécies icónicas que suportam importantes indústrias na área do ecoturismo, a maioria das questões relativas à sua biologia e ecologia permanecem por responder, impedindo a identificação e implementação de medidas de conservação e gestão adequadas. Este estudo providencia uma checklist actualizada da família Mobulidae para os Açores, Atlântico Norte, baseada numa base de dados extensiva de fotografia, vídeo e avistamentos visuais, e também na re-avaliação de citações existentes para a região. Existem, pelo menos, três espécies de mobulídeos que ocorrem nos Açores, possivelmente quatro: Manta birostris (ocasional), Mobula tarapacana (frequente sazonalmente), e uma ou ambas do complexo de espécies Mobula mobular/M. japanica (rara). Este é o primeiro estudo a fornecer informação detalhada acerca da ecologia espacial de M. tarapacana na sua distribuição circumglobal. Demonstrando que, na região, esta espécie mostra uma preferência marcada por montes submarinos de baixa profundidade, que alguns destes habitates suportam grandes e contínuas agregações de adultos (banco Princesa Alice e Ambrósio), e que estas agregações parecem estar restritas aos meses mais quentes. Uma base de dados fotográfica para mobulídeos e um programa para a foto-identificação de M. tarapacana, baseado nos seus padrões de coloração ventrais, foram também desenvolvidos e implementados, no que constitui a primeira, e promissora, tentativa mundial de uso da foto-identificação como ferramenta para estudos demográficos de uma espécie do género Mobula. Considerando a natureza altamente migratória destas espécies e a actual vulnerabilidade dos locais de agregação conhecidos mais importantes, os resultados deste estudo têm, muito provavelmente, implicações directas para a conservação das populações de mobulas no Atlântico Norte, em particular de M. tarapacana. Investigação futura é urgente para obter mais informação acerca da ecologia e biologia da família Mobulidae na região e no Atlântico.
- By-catch de espadarte (Xiphias gladius) e tintureira (Prionace glauca) juvenil no palangre de superfíciePublication . Martins, Luís Miguel Antunes; Santos, Pedro Afonso AgostinhoA pesca de palangre de superfície apresenta elevadas rejeições e capturas acessórias, ou "by-catch", o que coloca graves problemas de gestão e conservação. Parte destes problemas reside na elevada captura de juvenis da espécie alvo, o espadarte (Xiphias gladius), e da principal espécie acessória, a tintureira (Prionace glauca). Com este trabalho pretendeu-se contribuir com informação ecológica relevante para avaliar possíveis medidas tecnológicas de mitigação destas capturas, nomeadamente modificações na arte quanto ao tipo de estralho, hora e profundidade do aparelho. Foram realizados 163 lances nas áreas dos Açores e Continente a bordo de três embarcações comerciais, com estralhos de aço e de monofilamento. 42 lances foram parcialmente instrumentados com temporizadores de anzol (7494 anzóis) e com registadores de temperatura e profundidade para determinar a hora e profundidade a que os indivíduos atacam o isco. A proporção média de juvenis de espadarte e tintureira capturados foi sempre superior a 50%, independentemente da área ou tipo de estralho. No entanto, nos 106 lances realizados nos Açores com estralhos de aço foram capturados 901 espadartes (CPUE de 8,1/1000 anzóis) e 6365 tintureiras (56,0/1000 anzóis), enquanto nos 28 lances com estralho de monofilamento foram capturados 590 espadartes (19,3/1000 anzóis) e 754 tintureiras (24,9/1000 anzóis). A proporção de juvenis foi semelhante nos dois tipos de estralho (espadarte 57,17% vs. 58,4%, tintureira 84,72% vs. 92,8%). Estes resultados mostram que o "bycatch" de juvenis das duas espécies é muito elevado, mas que o uso de monofilamento permite capturas de espadarte (a espécie alvo) significativamente superiores (2,4 vezes) e de tintureira significativamente inferiores (0.4 vezes) às obtidas com estralho de aço. A comparação de capturas entre áreas (apenas com estralhos de monofilamento) revelou também que as proporções de juvenis de ambas as espécies são comparáveis (espadarte 92,8 vs. 84,9%; tintureira 58,4 vs. 47,8%) mas que as capturas de tintureira são muito maiores na área Açores (CPUE média 24,9 vs. 3,1) enquanto as de espadarte são ligeiramente superiores (CPUE 19,3 vs. 15,6). A instrumentação da linha mostrou que ambas as espécies preferem as primeiras horas do período nocturno, mas que o espadarte ataca apenas durante a noite enquanto a tintureira ataca também durante o dia. Ambas as espécies atacaram entre os 30 e os 80 metros de profundidade. No entanto, não foram detectadas diferenças significativas no período do dia ou na profundidade entre adultos e juvenis para ambas as espécies. Estes resultados indicam que 1) a utilização de estralho de monofilamento em detrimento de estralho de aço poderá ser uma medida eficaz para redução de “by-catch” juvenil (e adulto) de tintureira permitindo ainda um aumento da captura de espadarte adulto, mas também de "bycatch" juvenil, e que 2) a hora e a profundidade de pesca do palangre não deverão constituir uma boa medida tecnológica de redução do "by-catch" de espadarte juvenil de ambas as espécies. Este trabalho suporta também a conclusão apontada por outros estudos de que a região dos Açores é uma área de maternidade importante para a tintureira no Atlântico norte.
- Caracterização da pescaria do peixe-espada preto nos Açores de 2008 a 2012Publication . Besugo, Ana Isabel Canelas Pinto; Menezes, Gui M. (Manuel Machado); Silva, Hélder M. (Guerreiro Marques da)Desde 1998 que a pesca do peixe-espada preto nos Açores tem vindo a ter uma importância crescente, como resultado da procura de novos recursos e dos bons resultados obtidos pelas experiências de pesca exploratórias levadas a cabo pela frota Madeirense na região. Actualmente a pescaria açoriana é caracterizada por uma actividade irregular cuja frota é composta por embarcações palangreiras cabinadas e de dimensão média. A área de actuação da frota compreende as áreas circundantes às ilhas de registo de cada embarcação mas um maior esforço de pesca é observado na região adjacente às ilhas do grupo central. A variação dos rendimentos anuais em peso parece indicar uma estabilidade dos índices de abundância de peixe-espada preto na região. As quantidades de espécies acessórias descarregadas variaram entre os 5% (2010) e os 12% (2012) das capturas totais em peso e a sua composição específica foi essencialmente composta por “tubarões de profundidade”. Até à data a gestão desta pescaria tem considerado apenas a captura de uma espécie, Aphanopus carbo. Contudo, estudos recentes demonstraram que existem duas espécies (A. carbo e A. intermedius) que vivem em simpatria na região dos Açores. Neste contexto, com base em metodologias genéticas, foram estimadas as proporções relativas das duas espécies nos desembarques realizados em 2012 e 2013. As estimativas realizadas para 2012 indicam que se capturaram aproximadamente 106 ton de A. carbo e 351 ton de A. intermedius nos Açores. Sendo o TAC nacional (Áreas ICES VIII, IX e X) de cerca de 3311 ton/ano (6622 ton para 2012 e 2013) a manter-se os atuais níveis de captura de A. carbo nos Açores (106 ton) e no Continente (2668 ton) não é expectável que o TAC seja ultrapassado devido às quantidades capturadas pela frota açoriana.
- Caracterização das megaesponjas do batial superior dos AçoresPublication . Pereira, Raquel Sofia Macedo; Porteiro, Filipe M.; Xavier, Joana (Rita Bogalho Teixeira)As esponjas constituem um grupo taxonómico importante e diverso nas comunidades bentónicas, em especial em ecossistemas de oceano profundo, onde desempenham papéis funcionais chave. Em certas regiões, exemplares de grandes dimensões (e.i. > 5 cm) formam comunidades estruturadas conhecidas como agregações de esponjas. Contudo, devido às suas características biológica e ecológicas estes habitats são vulneráveis ao impacte humano tendo, por isso, sido classificados como Ecossistemas Marinhos Vulneráveis pela CE e como espécies ou habitats ameaçados ou declínio pela OSPAR. Os Açores são conhecidos por possuírem uma fauna diversa de espongiários. O presente estudo tem como principais objetivos: a) identificar e caracterizar morfologicamente as principais espécies de megaesponjas (classe Demospongiae) presentes no batial superior (200 - 800 m) dos Açores; e b) caracterizar a distribuição de megaesponjas no monte submarino Condor. Para a análise morfológica foram usados 64 exemplares capturados acessoriamente por palangre de fundo na ZEE dos Açores (COLETA-DOP/UAç). A identificação taxonómica foi realizada através da análise de caracteres morfológicos externos e internos, estes últimos por meio de microscopia óptica. No total 21 espécies de demosponjas, representantes de sete ordens e 11 famílias foram identificadas, das quais duas - Pachastrella ovisternata e Petrosia vansoesti constituem novos registos para os Açores. Para a descrição da distribuição das megaesponjas no monte submarino Condor, 12 h de vídeo subaquático, correspondente a uma área de 7,7x10-3 km2, foram analisadas e anotadas. Um total de 4350 megaesponjas foram registadas, sendo 49% pertencentes à espécie Pheronema carpenteri e 11% correspondentes a 14 taxa identificados. Os restantes 40% correspondem a esponjas não identificadas. Seis biótopos, que incluíam megaesponjas, foram identificados. As agregações multiespecíficas dominadas por Pheronema carpenteri, encontradas a 700-825 m de profundidade, eram as que apresentavam maior densidade de esponjas enquanto as agregações de pequenas esponjas em fundo misto, encontradas aproximadamente entre 430-1100 m, revelaram ser as mais taxonomicamente diversas. A distribuição batimétrica das espécies de megaesponjas no monte submarino Condor está de acordo com o descrito na literatura, sendo possível observar dois grandes grupos: a) exemplares das famílias Axinellidae e Petrosiidae (excluindo a X. variabilis) juntamente com a N. nolintangere que se encontram a profundidades até aos 500 m; e b) espécies das famílias Azoricidae, Macandrewiidae juntamente com X. variabilis e S. pellita que são encontradas em áreas mais profundas deste monte submarino, entre os 450-1100.
- Caracterização das rejeições na pescaria de demersais nos AçoresPublication . Canha, Ângela Maria Lourenço; Pereira, João Alberto GilDesde 2004 que o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores é a instituição responsável pela implementação na Região Autónoma dos Açores de um programa de observação das rejeições da pesca comercial nas pescarias de palangre de fundo. Foram amostradas as rejeições de todas as espécies demersais de acordo com um esquema de amostragem aleatório estratificado baseado na arte de pesca e segmento de frota. O objectivo deste trabalho é caracterizar as rejeições em termos de composição específica, quantificar em número e em peso as taxas de rejeição observadas e estimar a rejeição para o total da frota de pesca de demersais com palangre de fundo. As rejeições observadas foram ampliadas por viagem para cada segmento de frota e para cada ano através de dois métodos diferentes: pela teoria da amostragem e considerando que o volume de rejeições é proporcional a uma variável auxiliar. No total, 275 viagens e 993 lances foram amostrados totalizando 1209 dias de mar. A amostra representa entre 0,5% em 2006 e 1,3% em 2007 de cobertura das viagens. Foram rejeitados em média, 117 ± 8.8 kg de pescado por viagem enquanto por lance foram rejeitados em média 32.4 ± 1.3 kg de pescado. Neste estudo foram identificadas 107 espécies diferentes das quais 94 espécies rejeitadas. As espécies que mais contribuíram para as rejeições em número foram o Helicolenus dactylopterus, Etmopterus spinax e o Beryx splendens. A variável auxiliar viagens estimou rejeições anuais que variaram entre 363 t em 2006 (CV = 38.3%) e 665 t em 2010 (CV = 21.8%). A utilização das descargas nas estimativas produziu valores de rejeição que oscilaram entre as 163 t em 2009 (CV = 40.7%) e 249 t em 2007 (CV = 26.7%). Se a variável auxiliar for o esforço (número de anzóis), os resultados variaram entre as 750 t em 2009 (CV = 7.1%) e as 1345 t em 2011 (CV = 3.8%) de pescado rejeitado. Este trabalho contribui com as primeiras estimativas de rejeições para a pescaria de demersais com palangre de fundo.
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