Departamento de Geociências
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Browsing Departamento de Geociências by Field of Science and Technology (FOS) "Geociências"
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- Avaliação de Impactes Ambientais dos Processos Erosivos Costeiros no Setor Rabo de Peixe- Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, AçoresPublication . Botelho, Ana Rita Moniz; Trota, António Pereira NevesA Região Autónoma dos Açores, constituída por ilhas e ilhéus, apresenta uma extensa faixa costeira, sendo, por isso, alvo privilegiado da ação erosiva marinha, do oceano Atlântico. Dependendo das características geológicas das formações costeiras, da tipologia da agitação marítima e da orientação e morfologia da orla costeira, a ação erosiva pode ser intensificada. Estas zonas são frequentemente habitadas e ocupadas por infraestruturas, tais como estradas e portos. O recuo da linha de costa causado pela ação erosiva resulta na destruição dos terrenos emersos e das infraestruturas que os ocupam, dando origem, por vezes, a fortes impactes ambientais, nomeadamente os de cariz económico e social. A aposta na gestão integrada da componente ambiental contribui para a diminuição ou eliminação de impactes ambientais adversos, assim como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e na prevenção de riscos. Este trabalho tem como objetivo o estudo da evolução dos processos de erosão costeiros recentes, praia e arriba, no setor Rabo de Peixe – Ribeira Grande, para um período de análise de 11 anos (2006 – 2017), e a avaliação dos impactes ambientais resultantes desses processos, nomeadamente a contabilização das habitações e as infraestruturas demolidas, assim como proceder ao cálculo da área costeira perdida e a taxa de recuo associada. Em síntese, os resultados obtidos apontam, numa frente costeira de 13,2 km e numa faixa de 563.503 m2, para uma perda total de 279 edifícios entre 2006 e 2017, sendo que mais de 50% deste valor corresponde a habitações. A freguesia de Rabo de Peixe foi aquela onde se verificou a maior perda de habitações junto ao litoral, cerca de 137, parte delas associada à perda de área costeira de 9.289 m2, o que corresponde a um recuo médio da frente costeira de 1,41 m em 11 anos e uma taxa de recuo média de 0,13 m/ano. Os restantes setores de arriba analisados apresentam perdas de edificado menos expressivas. Os impactes ambientais negativos sociais e económicos para a área de estudo são muito significativos para o curto período em avaliação, 2006-2017. Assumindo que um valor atual de 106 euros por metro quadrado da área, estimam-se perdas de 2.014.424 euros, apenas considerando a área perdida. Estes impactes irão muito provavelmente ser agravados com as alterações climáticas, nomeadamente pelo aumento da agitação marítima e pela subida do nível médio das águas do mar. Entre as medidas mais eficazes para mitigar os efeitos dessas alterações climáticas referem-se o ordenamento do território, nomeadamente a proibição de novas edificações e a deslocalização de pessoas das zonas de perigo, e a execução de obras de reforço costeiro, designadamente as obras aderentes.
- Plate Boundary and Volcano Deformation in the Azores Analyzed by Satellite-based Geodetic TechniquesPublication . Araújo, João Pedro Martins Teixeira de; Sigmundsson, Freysteinn; Ferreira, Teresa de Jesus LopesA deformação crustal nos Açores, na junção tripla entre as placas Eurasiática, Africana e Norte Americana, foi mapeada através das técnicas de medição geodésicas espaciais GNSS (GlobalNavigationSatelliteSystem) e InSAR (Interferometric Synthetic ApertureRadar) para melhorar as estimativas de movimento tectónico e a compreensão de crises vulcânicas na região. As posições de mais de 100 estações GNSS, abrangendo um período de mais de 20 anos (2000-2022), foram calculadas e analisadas. Das 100 estações, cerca de 20 foram operadas continuamente em várias ilhas dos Açores e 80 foram operadas episodicamente em São Miguel. Foram também analisados dados InSAR de São Miguel (2018-2019) e São Jorge (2022). Os resultados das estações GNSS contínuas localizadas nas várias ilhas mostram que a fronteira entre as placas Eurasiática e Africana nos Açores se comporta como um centro de expansão oblíquo, ultra-lento e difuso, com deformação focalizada encontrada no Grupo Central e em São Miguel. O campo de velocidade obtido a partir dos dados das estações GNSS contínuas(2000-2016) foi modelado, aproximando-se segmentos da fronteira entre as placas Eurasiática e Africana nos Açores a deslocamentos rectangulares verticais embutidos em profundidade com movimento de desligamento direito e abertura. Os deslocamentos rectangulares verticais modelados que refletem deformação à superfície com melhor ajuste às observações refletem um movimento que corresponde aproximadamente a metade do movimento relativo entre as placas Eurasiática e Africana previsto por modelos de tectónica de placas. O campo de velocidade obtido a partir de dados GNSS das estações de São Miguel (2004-2016) mostra com maior detalhe o movimento de expansão centrado na ilha. O campo de velocidade mostra também deformação vulcânica transiente na zona central da ilha, com períodos de inflação em 2004-2006, 2011-2013, e um período de deflação em 2013-2016. O campo de velocidade da zona central de São Miguel obtido a partir dos dados GNSS foi modelado usando fontes de pressão embutidas num semi-espaço elástico uniforme. As fontes de pressão modeladas que refletem deformação à superfície com melhor ajuste às observações estão localizadas perto da borda leste e nordeste da caldeira do Fogo, e a leste dela, a profundidades na ordem de 3.2-3.7km. A análise combinada de dados GNSS e InSAR mostra uma nova inflação no vulcão do Fogo em 2018-2019. A análise combinada de dados GNSS e InSAR mostra que em São Jorge em 2022, após 60 anos de repouso, magma atingiu quase a superfície poucas horas após o início da sismicidade e sem sinais precursores. Os resultados da análise de dados geodésicos de São Jorge mostram que uma intrusão através de um dique ocorreu por baixo da ilha, com deformação transiente registada por um período de duas semanas e sismicidade alta registada durante vários meses após o início da atividade. Os dados geodésicos de São Jorge foram modelados usando um dique vertical segmentado com múltiplos fragmentos rectangulares com movimento de abertura. O dique segmentado modelado que reflete deformação à superfície com melhor ajuste às observações indica abertura máxima de mais de um metro em duas áreas diferentes, a4-6km e 7-9 km profundidade.