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- Fatores críticos de sucesso de eventos desportivos: O estudo de caso dos AçoresPublication . Rego, Érico José Correia; Couto, Gualter Manuel Medeiros do; Pimentel, Pedro Miguel Silva GonçalvesO desporto é um conceito que faz parte do dia-a-dia da sociedade, uma vez que a sua prática contribui para a saúde física e mental e para o aumento da qualidade de vida das pessoas. O desporto pode ser praticado individualmente ou em equipa, pode envolver ou não contacto físico e inclui diferentes níveis de habilidade física e/ou mental. A organização de eventos para a prática de atividades desportivas tem ganho interesse e popularidade nas últimas décadas. O panorama de eventos desportivos é enorme e complexo, incorporando eventos competitivos e recreativos destinados a uma participação ativa e passiva de diversos segmentos e com inúmeras finalidades. Deste modo, a criação de um portefólio de variados eventos desportivos, naturalmente, revela-se benéfico para a maximização do sucesso estratégico da região, tanto para a comunidade e para os seus residentes, como para o setor do turismo. Esta dissertação surgiu com o objetivo de determinar quais são os principais fatores críticos de sucesso dos eventos desportivos realizados na Região Autónoma dos Açores. Este estudo pretendeu também inferir, tendo em conta a variedade de iniciativas desportivas desenvolvidas na região, quais são as principais diferenças relativamente às perceções de indivíduos com diferentes níveis de presença e experiência na organização e participação em eventos de caráter desportivo na região. Em termos gerais, deve ser priorizada a implementação de medidas relativas ao bem-estar básico dos indivíduos no decorrer do evento e ao aprimoramento dos canais de comunicação e marketing dos organizadores, de modo a possibilitar a criação de eventos desportivos que maximizem a satisfação dos públicos-alvo e a divulgação dos mesmos de forma eficaz e fidedigna. Por outro lado, os fatores que apresentam menor importância para a amostra em estudo referem-se, principalmente, à oferta de comodidades não estritamente necessárias ao decorrer normal do evento principal, tais como procura por inovação nos atributos do evento e a oferta de souvenirs e regalias. Embora apresente algumas limitações, este estudo irá auxiliar, principalmente, as entidades organizadoras de eventos, através de uma clarificação dos fatores mais relevantes à satisfação dos indivíduos que participam, de forma ativa ou passiva, nos eventos desportivos promovidos na Região Autónoma dos Açores.
- Epidemiologia, Fatores de Risco e Agregação Familiar da Osteoartrose Avançada da Anca e Joelho: a Realidade da Ilha TerceiraPublication . Pinheiro, Luís Paulo Pontes Ferraz; Lima, Maria Manuela Medeiros; Raposo, Mafalda Sofia Bastos; Armas, Jácome Ornelas BrugesDas doenças músculo-esqueléticas, a osteoartrose (OA) é a mais prevalente, sendo uma das principais causas de incapacidade nos adultos. Em média, as pessoas começam a apresentar sintomas de dor e diminuição da mobilidade e função articular aos 55 anos, implicando uma diminuição da qualidade de vida e produtividade. O tratamento da OA consiste apenas no controlo da dor e, na doença avançada, na substituição articular (artroplastia), não existindo atualmente medicamentos capazes de modificar a doença. Desenhámos um estudo observacional de avaliação - transversal, de base hospitalar, com o objetivo geral de caracterização demográfica, epidemiológica e clínica da OA avançada da anca e do joelho na população da ilha Terceira. A amostra foi constituída por doentes naturais e residentes na ilha Terceira, com diagnóstico de OA avançada da anca e/ou do joelho. Um total de 254 doentes, 58 doentes com OA avançada da anca e 196 doentes com OA avançada do joelho, foram avaliados em consulta. Foi aplicado um formulário de recolha de dados sociodemográficos e clínicos e avaliados exames de imagem e parâmetros analíticos. Estes dados permitiram fazer uma caracterização demográfica, de fatores de risco e morfológica dos doentes, assim como uma definição de fenótipo: “lesão de cartilagem”, “remodelação óssea”, “inflamação”, “dor”. A análise de agregação familiar também foi efetuada. Por se ter identificado uma distribuição geográfica não uniforme no risco de desenvolvimento destas doenças na ilha, foram criados e comparados clusters de doentes, com base nesse risco (OR normal, aumentado e diminuído). Encontrámos na ilha Terceira uma prevalência de OA avançada da anca de 0,51/1000 habitantes e uma prevalência de OA avançada do joelho de 1,64/1000 habitantes, valores superiores aos identificados em Portugal, a partir de dados do estudo EpiReumaPT. Ser natural de Agualva, Vila Nova, Fontinhas, Vila de S. Sebastião ou Santa Bárbara aumenta o risco de desenvolver OA; ser natural de Santa Luzia, São Pedro, São Bento, Terra Chã, Santa Cruz da Praia da Vitória ou Porto Matins diminui o risco de desenvolver OA; ser natural das restantes freguesias da ilha acarreta um OR semelhante ao valor médio verificado na ilha Terceira. Tanto na OA avançada da anca como na OA avançada do joelho confirmámos que os fatores de risco estão presentes numa proporção muito significativa de doentes e sobrepõem-se àqueles identificados por outros autores, nomeadamente o excesso de peso/obesidade, a sobrecarga articular derivada de atividades profissionais ou desportos de alto impacto e as alterações morfológicas causadoras de incongruência articular. No que se refere às características morfológicas na OA da anca e na OA do joelho encontrámos uma proporção significativa de doentes com doença bilateral, associada a poliosteoartrose e a calcificações peri-articulares. O fenótipo mais frequentemente encontrado na OA da anca foi a associação entre lesão da cartilagem e remodelação óssea (41,4%); na OA do joelho os fenótipos mais frequentes foram a remodelação óssea (23,0%), a degradação da cartilagem (22,4%) e a remodelação óssea com inflamação (23,5%). Na comparação entre os três grupos com base no OR para desenvolvimento da doença evidenciou-se, no grupo de doentes das freguesias com OR aumentado, uma idade ao início de sintomas significativamente mais precoce, padrões de fatores de risco específicos, características morfológicas e fenotípicas particulares e maior agregação familiar. Isto levou-nos a ponderar que nestas freguesias poderá haver uma contribuição genética mais significativa para o aparecimento da OA, por maior frequência de variantes de risco, o que poderá estar eventualmente relacionado com algum isolamento geográfico. As características morfológicas encontradas, com envolvimento de várias articulações, remodelação óssea predominante e calcificações ectópicas, sugerem eventual presença de variantes genéticas de risco relacionadas com aspetos da formação e remodelação do osso e da cartilagem. A proporção muito alta de doentes com poliosteoartrose e calcificações ectópicas exuberantes, nas freguesias com OR aumentado, leva-nos a concluir que pode haver uma relação com os achados de Bruges-Armas e colegas relativos a outras patologias reumáticas prevalentes na ilha e com apresentações atípicas (condrocalcinose e hiperostose esquelética idiopática difusa). Como perspetivas futuras, que derivam deste estudo, consideramos relevante um estudo de base populacional, de âmbito regional (multicêntrico), para caracterização epidemiológica detalhada destas doenças na região; seria igualmente importante efetuar estudos de genética e epigenética, com particular enfoque nos doentes naturais das freguesias com alto risco de desenvolvimento de OA e comparando com a restante população. Os resultados obtidos neste estudo permitiram-nos ainda identificar os descendentes dos doentes com OA avançada como um grupo de população com risco relevante de desenvolvimento de OA. Do ponto de vista de investigação, desenhar estudos epidemiológicos e de análise de biomarcadores neste grupo de familiares com doença ligeira seria uma área a explorar. Além disso, estas pessoas devem ser avaliadas clinicamente, para atuar-se precocemente sobre os fatores de risco modificáveis de forma prevenir a progressão para doença grave.