Browsing by Author "Pimentel, Christopher James"
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- Paleoreconstrução da Lagoa do Peixinho (Ilha do Pico, Açores) inferida através do estudo de fósseis da família Chironomidae (Diptera)Publication . Pimentel, Christopher James; Raposeiro, Pedro Miguel Valente Mendes; Gonçalves, Vitor Manuel da CostaO conhecimento das condições ambientais passadas pode ser obtido através da análise de sedimentos. Uma vez que os sedimentos contêm informação armazenada ao longo do tempo, o seu estudo (paleolimnologia) constitui-se como uma ferramenta poderosa para reconstruir a história das lagoas e das condições ambientais passadas. Com o objetivo de caracterizar as variações ecológicas da Lagoa do Peixinho (Pico) no passado e reconstruir as condições ambientais a que esteve exposta estudou-se os fósseis das cápsulas cefálicas (C.C.) de quironomídeos num registo sedimentar colhido nesta lagoa que compreende os últimos 2700 anos. A partir das amostras obtidas foi feito a separação, recolha e identificação dos fósseis das C.C. de quironomídeos, para que, através da composição da comunidade, fosse possível determinar quais as alterações ambientais que ocorreram ao longo do registo. Os resultados obtidos evidenciam quatro zonas sedimentares com distintas composições e abundâncias específicas de quironomídeos que foram relacionadas com eventos ambientais locais e globais. A zona mais profunda (Zona 1) do registo corresponde a um período onde ocorreram duas erupções vulcânicas responsáveis pelo desaparecimento de espécies que gradualmente recolonizaram o ecossistema e recuperaram a sua abundância. A Zona 2 é caracterizada pelo aumento da abundância de espécies adaptadas a temperaturas mais elevadas, sendo interpretada como um período quente e húmido, conhecido como Medieval Climate Anomaly (MCA; ca. 1115 BP – ca. 715 BP). Na Zona 3 verificou-se uma substituição das espécies de climas mais quentes por espécies adaptadas a temperaturas mais baixas. Esta zona corresponde ao período mais frio e seco é denominado de Little Ice Age (LIA; ca. 715 BP – 165 BP). Nesta zona surgem alterações nos quironomídeos que dão indicações de alterações antrópicas do coberto vegetal da bacia da lagoa do Peixinho, com a presença de taxa indicadores de erosão. No período mais recente, correspondente à Zona 4, verificou-se uma grande alteração na composição e abundância de quironomídeos, resultante, provavelmente, da introdução de peixes na lagoa, do aumento das atividades agrícolas e do aquecimento global.