Browsing by Author "Melo, Carlos"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Flora invasora dos Açores: O caso da Gigante (Gunnera tinctoria (Molina) Mir.) na ilha de São Miguel.Publication . Silva, Lurdes; Silva, Luís; Melo, Carlos; Corten, AmberA contínua dispersão de espécies vegetais invasoras, correspondem a uma ameaça real para espécies e habitats nativos, por meio de competição, predação e transmissão de doenças. Estas invasões alteram a estrutura e o funcionamento de ecossistemas inteiros e comprometem a capacidade destes sistemas em fornecer serviços valiosos, como a polinização, a regulação hídrica ou o controle de inundações. No Arquipélago dos Açores, mais de 60% da flora vascular corresponde a espécies exóticas. Várias plantas são consideradas como ameaças à conservação da flora endémica e das comunidades vegetais autóctones, mas também à conservação de espécies de artrópodes, briófitos, líquenes e moluscos. A gigante (Gunnera tinctoria) é uma planta herbácea perene, nativa do sul do Chile, e que devido ao seu aspeto exótico foi introduzida como planta ornamental em jardins botânicos de diversas regiões o mundo. Os Açores não foram exceção na sua introdução, mas com a agravante de que esta planta se tornou invasora, especificamente na ilha de São Miguel. (…)
- Os fósseis de Santa Maria (Açores) : a jazida da Prainha.Publication . Ávila, Sérgio P.; Rebelo, Ana C.; Medeiros, André; Melo, Carlos; Gomes, Cidalina; Bagaço, Leila; Madeira, Patrícia; Borges, Paulo A. V.; Monteiro, Pedro; Cordeiro, Ricardo; Meireles, Ricardo; Ramalho, Ricardo PiazzaPREFÁCIO: O trabalho que agora se apresenta de Sérgio Ávila e colaboradores é mais um precioso contributo para a divulgação científica que emerge de trabalho de investigação académica da Universidade dos Açores. É um trabalho que procura conciliar um rigor e uma descrição exaustiva e profusamente ilustrada dos elementos factuais paleontológicos e geológicos associados à jazida da Prainha, com uma obra apelativa e agradável de desfolhar, ler e consultar. Este tipo de produtos académicos para a comunidade, de extensão universitária como agora se fala, é de extrema importância para a Região Autónoma dos Açores, em particular, e para Portugal, em geral, por três ordens de razões. Em primeiro lugar porque, contrariamente aos ditados e sabedoria popular, as rochas e outros elementos do património geológico, são frágeis e efémeros. Um dos aspectos de maior fragilidade são os fósseis, propriamente ditos, o que é mais fácil de entender. Mais difícil é reconhecer que as próprias jazidas fossilíferas, fósseis e seu enquadramento geológico, o qual pode incluir filões, falhas, minerais, seixos rolados, etc., são igualmente bastante frágeis quer a acções de erosão e alteração naturais quer a acções antrópicas. Quanto às primeiras a única e melhor atitude é proceder ao seu estudo e registo documental, nomeadamente fotográfica, como generosamente se apresenta nesta obra. Quanto às segundas, o modo mais eficaz de as preservar é dar a conhecer às populações, em geral, e às autarquias e entidades de gestão do território, em particular, no sentido de prevenir o licenciamento de obras ou infra-estruturas que poderão comprometer irremediavelmente esse Património Natural. Efectivamente, numa região balnear como a da Praia Formosa, uma eventual pressão urbanística pode levar à destruição destes seus elementos patrimoniais únicos. Únicos, não só no contexto da Ilha de Santa Maria, como no contexto da Região Autónoma dos Açores, ou mesmo do Continente. Em segundo lugar, estão em curso vários esforços no sentido de que o conjunto das nove ilhas açorianas venham a ser integradas na Rede Europeia de Geoparques e, como tal, sejam reconhecidas pela UNESCO como mais um elemento da Global Network of Geoparks. Tal galardão é consagrado pela excelência do seu Património geológico e paleontológico, o qual encontra neste livro um excelente aliado e um repositório de informação da qual se irão retirar elementos necessários à subsequente produção de textos de divulgação em língua estrangeira, fundamentalmente anglo-saxónica. Por outro lado, ficam bem expressos, os argumentos da necessidade desta jazida se converta em mais um dos magníficos e bem sucedidos exemplos de geoconservação e valorização ambiental que estão a registar-se por todo o arquipélago açoriano. Em terceiro lugar, obras como a que agora se edita ajudam à interiorização por parte da população de Santa Maria, e por todos quantos a visitam, da singularidade geológica desta ilha e do valor científico e patrimonial que as suas unidades fossilíferas representam. Elas ilustram de modo particularmente exuberante as alterações climáticas que o nosso Planeta tem vindo a sofrer, actualmente acompanhadas com maior acuidade pela sociedade e os media. Estes afloramentos particularmente ricos em conteúdo fóssil, intercalados ou embutidos em sequências de rochas vulcânicas e sedimentares, são os únicos testemunhos que restam das comunidades bióticas que povoaram as águas superficiais e as regiões costeiras insulares do Atlântico Norte, há milhares de anos (no caso da Prainha ou Lagoinhas) ou mesmos há milhões de anos, como as jazidas do Monumento Natural Regional da Pedreira do Campo, Pedreira da Cré, “Pedra que Pica” ou Ponta da Malbusca, para citar só algumas. Todas elas são singulares excepções que complementam os registos sedimentares das bacias oceânicas envolventes, os quais têm sido, e continuarão a ser, alvo de investigação paleoceanográfica do Global Change. No entanto, estas jazidas, são os únicos testemunhos das comunidades costeiras pretéritas, com as quais é possível estabelecer comparações e mapas de distribuição biogeográfica, um dos temas fortes presentes nesta obra. (Mário Cachão)