ARQ - Série Ciências da Natureza
Permanent URI for this community
Browse
Browsing ARQ - Série Ciências da Natureza by Author "Almaça, Carlos"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- Alguns aspectos biológicos da hominizaçãoPublication . Almaça, CarlosA hominização é uma parte da evolução, aquela a que, naturalmente, se tem conferido particular importância. Os autores ou partidários das várias teorias evolutivas ocuparam-se, com maior ou menor profundidade, dos problemas relacionados com a evolução dos hominídeos. É evidente que as perspectivas sob as quais se visualiza a hominização, tanto nos seus processos como nos seus resultados, são hoje completamente idênticas às da evolução de qualquer outro grupo animal em que sistemas genéticos e estruturas populacionais sejam comparáveis. Apenas, a partir de certa altura e com participação acentuadamente crescente, a dependência dos hominídeos relativamente a factores extracorporais (Tobias, 1978) terá exercido uma progressiva influência na hominização. Com efeito, a fabricação e utilização de utensílios e as formas sociais, novas entre os animais, que permitiram, deverão ter actuado decisivamente na evolução dos hominídeos. Os aspectos culturais, porém, ultrapassam o âmbito do presente trabalho, bem como a formação do seu autor, pelo que, somente serão aqui abordadas algumas facetas biológicas da hominização.
- Formas de especiação nos animaisPublication . Almaça, CarlosA ideia de que o mundo vivo actual resulta de evolução dos animais e vegetais desde o seu aparecimento na história da Terra foi, a partir das primeiras décadas do século XIX, suportada por diferentes teorias pretendendo esclarecer os processos causadores das transformações dos seres organizados. Na maioria dos casos tais teorias explicavam a evolução como consequência da acção de um único factor ou realçando apenas um factor (Mayr, 1970). Assim enquanto o lamarquismo se baseava nas alterações induzidas pelo ambiente no indivíduo e que se tornariam hereditárias, o darwinismo explicava a transformação das espécies pela selecção, também exercida pelo ambiente, da variabilidade melhor adaptada. Mais tarde, De Vries explicaria a evolução através das mutações, como antes Cuvier procurara conciliar a sua ideia de não-evolução com o reconhecimento de que várias faunas e floras fósseis se tinham sucedido, através do catastrofismo e criacionismo. Nas suas versões modernas, estas teorias aglutinaram-se, incorporaram os resultados de outras ciências, nomeadamente os da Genética, perdendo, assim, o carácter monístico que, inicialmente, reflectiam. Mas, apenas duas teorias, melhor dizendo dois grupos de teorias, tiveram persistência até bem dentro do nosso século: as neo-lamarquistas e as neo-darwinistas. […]
- Subespécies e subespeciaçãoPublication . Almaça, CarlosUm dos assuntos mais controvertidas da Sistemática das últimas décadas é o da existência, objectivação e utilidade da subespécie como categoria taxonómica. Desta controvérsia dão conta, com a lucidez e espírito crítico que os caracterizam, Mayr e Simpson em várias das suas obras. Mas outros autores, entre os quais alguns taxonomistas pouco experientes e, talvez por isso, com tendência para o ensaio pontificante e desligado do trabalho analítico, têm lançado certa confusão sobre um tema que, mais do que qualquer outro, é enormemente dependente da prática taxonómica. Por outro lado, há que ter em consideração a formação e sensibilidade dos taxonomistas, mais artística ou mais quantitativa, e as suas tendências mais ou menos «populacionais» – o que, em parte, está relacionado com o grau de conhecimento da estrutura das espécies dos grupos em que se especializaram. É que, como as subespécies, quando existem, representam aspectos estruturais das espécies e tais aspectos variam não só entre os grupos taxonómicos como entre as espécies do mesmo grupo, há que contar, na teorização sobre a subespécie, com forte influência da especialização do autor. Desde já, por isso, declaro que a minha experiência taxonómica se limita a algumas espécies de Ciprinídeos, de Mamíferos e de Braquiuros intercotidais, sendo, portanto, natural que, no decurso deste trabalho, me refira, sobretudo, a exemplos tomados destes grupos.