Miguel, Maria Augusta Cavaco2011-03-312011-03-312006Miguel, M.A.C. (2006). Vogais nasais e nasalizadas: uma falsa questão?. In: "Actas do I Encontro de Estudos Dialectológicos. Ponta Delgada, 2003". Instituto Cultural de Ponta Delgada, p. 183-206.972-9216-89-4http://hdl.handle.net/10400.3/1098I Encontro de Estudos Dialectológicos, Ponta Delgada, 2003.As vogais portuguesas têm a capacidade de assimilar o tom nasal de uma consoante nasal adjacente. Nuns casos, dá-se a nasalização da vogal e a consoante nasal mantém-se na forma fonética; noutros casos, a vogal nasaliza e a consoante nasal deixa de se ouvir. Tradicionalmente, designaram-se as vogais que obedecem ao primeiro padrão de vogais nasalizadas, enquanto que as segundas foram designadas de verdadeiras nasais. Esta distinção, no entanto, deixa de fazer sentido no quadro de uma análise silábica. Fonologicamente, a assimilação ou não da nasalização explica-se pelo contexto silábico em que as vogais ocorrem – adjacência e direccionalidade em relação a uma consoante nasal- e pela acentuação. Também os ditongos nasais não têm realidade fonológica, quando perspectivados silabicamente, visto que a nasalidade no Português europeu não se associa a um constiuinte complexo. A direccionalidade e a abrangência do tom nasal impede que o mesmo recaia em mais do que uma vogal, limitando o seu raio de acção à vogal estritamente adjacente à esquerda da consoante nasal. Esta restrição na propagação da nasalidade explica a não ocorrência de ditongos nasais nos diversos contextos onde ocorrem, por exemplo, os ditongos orais. Por outro lado, o facto de os ditongos nasais não surgirem senão no final de palavra, sugere ainda que existem outros factores, como sejam os de natureza morfológica, que intervêm neste processo. A fundamentação destas propostas será o objecto da nossa discussão.porAdjacênciaDireccionalidadeDitongos NasaisNasalizaçãoTom NasalVogais nasais e nasalizadas: uma falsa questão?conference object