Sousa, Paulo Silveira e2009-11-132009-11-132004"ARQUIPÉLAGO. História". ISSN 0871-7664. 2ª série, vol. 8 (2004): 113-169http://hdl.handle.net/10400.3/399Na segunda metade do século XIX os espaços e as práticas de sociabilidade actuavam como estruturantes das disposições individuais e colectivas, e constituíam uma das mais importantes dimensões da vida quotidiana. Estes lugares e estas práticas baseavam-se em modelos codificados de interacção. No entanto, se bem que suficientemente claros e definidos para classificar e para identificar os agentes, marcando as fronteiras face a quem desconhecia as normas e os princípios de distinção, eles continham variantes e margens para a manifestação de algum desvio no seu interior. Estas normas complexas estruturavam, portanto, uma realidade que se podia dizer construída e segmentada por campos e por jogos, onde se cruzavam desempenhos diversos e relações de poder. Elas incluíam quer as disposições corporais e determinados cânones da elegância e da aparência exterior, quer o conhecimento e a aderência a determinadas normas morais e a elementos da cultura burguesa formal e codificada, ligados ao teatro, à música e à literatura. As sociabilidades e os consumos tinham, pois, um papel decisivo nas estratégias pelas quais as pessoas se identificavam e se distinguiam umas das outras. E os gastos ostensivos, quer fossem realizados através da caridade pública ou de despesas em conforto e em novos equipamentos, eram uma forma de converter o capital económico em capital simbólico, social, cultural e até político. O mesmo sucedendo com a aposta, cada vez mais comum, no aumento da escolaridade e dos diplomas dos seus herdeiros e com a sua progressiva ligação ao emprego público. [...]porAngra do Heroísmo (Açores)Elite SocialHistória do QuotidianoHistória dos Açores (séc. XIX)As elites, o quotidiano e a construção da distinção no distrito de Angra do Heroísmo durante a segunda metade do século XIXjournal article