Conde, Manuel Sílvio Alves2009-11-042009-11-042003"ARQUIPÉLAGO. História". ISSN 0871-7664. 2ª série, vol. 7 (2003): 243-2680871-7664http://hdl.handle.net/10400.3/390Mar e montanha decidiram a feição original de um pedaço de terra há muito conhecido e explorado pelos homens. De algum modo contrariando uma posição geográfica marcada pela omnipresença do Oceano Atlântico e pela ocidentalidade extrema, a paisagem desta finisterra europeia revela-se-nos em cores, aromas e temperaturas identificáveis com a Europa Meridional, mediterrânica: “uma nesga mediterrânea entre terras e águas atlânticas”, na feliz expressão de Orlando Ribeiro. As condições oceanográficas locais, em especial uma estimável convergência de correntes, um excelente grau de salinidade e uma benigna temperatura, determinam uma riqueza do plâncton marinho, que potencializa a conhecida concentração de espécies piscícolas, de há muito celebrada por Camões: a “piscosa Sesimbra” [Lusíadas, III-65]. O território sesimbrense, do ponto de vista geológico e orográfico, apresenta -se diferenciado. Uma faixa meridional, constituída por enrugamentos que dilatam para ocidente a serra da Arrábida, em formações jurássicas e cretácicas, acomodadas em andares paralelos, contrasta com um segmento setentrional, onde os relevos se esbatem de sul para norte, terminando em longa planura recoberta por areais plio-plistocénicos, desprotegida da acção dos ventos dominantes e marcada pela presença de fenómenos dunares (medos, ou medões) no litoral. Este último é assinalado pela presença do principal elemento hidrográfico da zona, o vale da Albufeira, resquício do primitivo estuário do Tejo, anterior à fractura que descerrou o canal entre Lisboa e Almada. [...]porHistória de Portugal (séc. XII-XIII)SesimbraSesimbra, sobre a costa do mar (séculos XII-XIII)journal article