Rodrigues, Armindo dos SantosGarcia, Patrícia VenturaNunes, Ana Rita Simões2019-08-082019-08-082019-01-29http://hdl.handle.net/10400.3/5174Dissertação de Mestrado, Ambiente, Saúde e Segurança, 29 de janeiro de 2019, Universidade dos Açores.As populações que vivem em áreas de vulcanismo ativo estão expostas aos poluentes emitidos pela desgaseificação difusa dos solos. Este estudo tem como principal objetivo avaliar as alterações histológicas na glândula suprarrenal de ratinhos (Mus musculus) decorrentes da exposição ao ambiente vulcânico. Para alcançar este objetivo foram recolhidos 8 ratinhos expostos ao ambiente vulcânico (grupo exposto) e 23 ratinhos recolhidos em Rabo de Peixe (grupo controlo), nos quais foram estudados os seguintes parâmetros histológicos da suprarrenal: a área e o perímetro totais da suprarrenal; a área e o perímetro do córtex, e a espessura das diferentes zonas constituintes do córtex (zona glomerulosa, zona fasciculada e zona reticulada); e, a área, o perímetro e o diâmetro da medula. Tendo em conta os resultados obtidos para a idade verificou-se que os ratinhos do grupo exposto são significativamente mais velhos, o que implica mais tempo de exposição ao ambiente vulcânico, o que poderá resultar em fadiga cortical. Na medula adrenal, os resultados obtidos refletem que a exposição ao ambiente vulcânico não resultou em alterações histológicas significativas dos parâmetros analisados. Assim, as diferenças encontradas nos valores de área e perímetro da suprarrenal devem-se às alterações verificadas no córtex adrenal. Analisando as três zonas do córtex, comparando o grupo controlo com o grupo exposto, é possível depreender que, para a zona glomerulosa, não existem diferenças significativas ao nível da sua espessura. Relativamente à zona fasciculada e à zona reticulada, estas apresentaram uma redução significativa de espessura no grupo exposto comparativamente ao grupo controlo. Os ratos das Furnas estão permanentemente expostos a uma atmosfera bastante rica em CO₂ (hipercapnia) e pobre em O₂ (hipoxia). Os resultados obtidos poderão encontrar explicação na exposição crónica a um ambiente bastante rico em CO₂, a qual poderá produzir uma redução dos níveis de ansiedade e de stress (devido ao efeito relaxante deste gás) com a concomitante redução da solicitação do córtex adrenal e, consequentemente, à sua atrofia. Outra hipótese para explicar os resultados obtidos é a ocorrência de hipocortisolismo, devido à redução da produção de cortisol na zona fasciculada como consequência de uma exposição crónica ao stress ambiental, resultando num quadro de fadiga adrenal por excesso de estimulação da glândula sem que nunca se consiga atingir um equilíbrio. Com base nos resultados obtidos pode concluir-se que, para além de o Mus musculus ser um bom bioindicador para a biomonitorização dos efeitos do vulcanismo, a espessura do córtex, e em particular da zona fasciculada, constituem bons biomarcadores de exposição.ABSTRACT: Populations that live around active volcanic areas are more exposed to pollutants emitted from soil degassing. The main objective of this study is to evaluate the histological changes in adrenal gland of mice (Mus musculus) exposed to a volcanic environment. To achieve this goal, 8 mice exposed to the volcanic environment and 23 mice from Rabo de Peixe (control group) were colleted, in which the following histological parameters of the adrenal were studied: the total area and perimeter of the adrenal gland; area and perimeter of cortex; the thickness of the different layers of the córtex (zona glomerulosa, zona fasciculata and zona reticularis); area, perimeter and diameter of the adrenal medulla. The results show that mice exposed to the volcanic environment (exposed group) are significantly older, and therefore have been longer exposed to the volcanic environment, which may have resulted in cortical fatigue. Nevertheless, the results obtained reflect that the exposure to the volcanic environment did not result in significant alterations of the adrenal medulla. Thus, the differences found in the adrenal area and perimeter values are due to changes in the adrenal cortex. The analysis of the three layers of the cortex showed that there were no significant differences in the thickness of zona glomerulosa between the studied groups. Both zona fasciculata and zona reticularis presented a significant reduction of their thickness in the exposed group when compared to the control group. Furnas mice are permanently exposed to an atmosphere rich in CO₂ (hypercapnia) and poor in O₂ (hypoxia). These results may be explained by the chronic exposure to an environment rich in CO₂: due to the relaxing effect of this gas, such exposure probably produced a reduction in anxiety and stress levels resulting in a reduction of the adrenal cortex and, consequently, its atrophy. Another explanation for the obtained results, may be the occurrence of hypocortisolism, i.e., the reduction of cortisol production by the zona fasciculata. This situation may be due to chronic exposure to environmental stress, resulting in adrenal fatigue due to the over stimulation of the cortex without ever being able to reach a balance. Based on the results, we can conclude that, Mus musculus is a good bioindicator for the biomonitoring of the effects of volcanism, being the thickness of the cortex, and in particular the zona fasciculata, effective biomarkers of exposure.porAmbiente VulcânicoBiomarcadorDisrupção EndócrinaHipocortisolismoMurganho (Mus musculus)Mus musculusOrganologia AnimalVulcanismoAdrenal GlandBiomarkersEndocrine DisruptionDesenvolvimento de biomarcadores para avaliação dos efeitos disruptores endócrinos da exposição a ambiente vulcânico usando a glândula suprarrenal de Mus musculusmaster thesis202210596