Silva, Susana Serpa2020-04-242020-04-242019-11Silva, S. S. (2019). Portos e actividades marítimas, nos Açores, à luz da literatura de viagens (século XIX). In F. C. Domingues & S. S. Silva (coord.), “Navegação no Atlântico/ Atlantic Navigation”, XVIII Reunião Internacional de História da Náutica (pp. 329-348). Ponta Delgada: Centro de Humanidades (CHAM).978-989-33-0132-6http://hdl.handle.net/10400.3/5515XVIII Reunião Internacional de História da Náutica, “Navegação no Atlântico/ Atlantic Navigation”, Universidade dos Açores, 13 e 14 de novembro de 2018.Num século em que os oceanos continuavam a ser as grandes pontes de ligação entre continentes e ilhas; num tempo em que as viagens se faziam em bergantins, brigues, chalupas, escunas, brigues-escuna, lugres, patachos e ainda em barcos a vapor, nos quais se aglomeravam mercadorias e passageiros, inúmeros viajantes visitaram o arquipélago dos Açores que, segundo José Rodrigues Pereira, uma vez situado na região dos ventos do oeste, se havia tornado, há muito, ponto de passagem obrigatória das rotas de navegação à vela que das Américas Central e do Sul, da África e do Oriente se dirigiam para a Europa. Em pleno Atlântico Norte, as ilhas açorianas ofereciam abrigo, socorro, algum comércio e características geológicas, vulcânicas, hidrológicas. meteorológicas e marinhas que atraíram, ao longo de oitocentos, inúmeros viajantes estrangeiros, por entre oficiais de marinha, negociantes, militares, naturalistas, jornalistas, turistas, doentes em busca de uma cura ou familiares na demanda de algum parente que se fixara no arquipélago. Estes viajantes, preferencialmente britânicos e norte-americanos, deixaram relevantes relatos e testemunhos, publicando em jornais. revistas ou em livro as suas anotações e impressões de viagem. Este tipo de literatura, bastante diversificada, embora enferme de juízos de valor, de comparações anacrónicas ou de olhares preconceituosos e etnocêntricos. não deixa de constituir uma importante fonte para a História, na medida em que agrega autênticos registos de memórias, notas de minuciosas observações. de enorme abrangência temática. Algumas descrições são bastante fidedignas, até porque certas obras procuravam instruir futuros viajantes sobre um conjunto de ilhas que, para muitos, ainda permaneciam desconhecidas e, como tal, motivo de acrescida curiosidade. Entre as inúmeras descrições e observações relatadas, com cariz informativo, de natureza científica ou pseudocientífica, deparamo-nos, por vezes, com apontamentos sobre as viagens transatlânticas, os portos e as baías açorianas, as embarcações e a navegação (sobretudo inter-ilhas), configurando uma panóplia de indicações sobre as actividades marítimas insulares ou não fosse o mar, por essência, o complemento e o prolongamento das ilhas, a seiva que alimenta a vida quotidiana e o imaginário dos seus habitantes. É, portanto, sobre estas anotações e registos, em particular, que faremos incidir a nossa análise. [da Nota Introdutória].porHistória dos Açores (séc. XIX)Viagens MarítimasViagens TransatlânticasAçoresAtlântico NortePortos e actividades marítimas, nos Açores, à luz da literatura de viagens (século XIX)conference object